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“Sell in May and go away”, a velha máxima de mercado que indica que maio costuma ser ruim para os mercados não deu as caras esse mês, marcado pela divulgação de indicadores econômicos mais positivos que as expectativas de #mercado.

No campo da inflação, o IGP-M, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, apresentou mais um mês de deflação, -1,84% em maio, acumulando deflação de -2,58% no ano e -4,46% nos últimos 12 meses, influenciado pela redução de preços no atacado, de grande peso no índice. Já o #IPCA apresentou inflação de 0,23% (melhor que a expectativa de 0,33%) e melhoras qualitativas na sua composição, com média dos núcleos também abaixo das expectativas e redução na difusão dos preços.

Em relação ao crescimento econômico, #PIB do primeiro trimestre de 2023, divulgado no dia 01/06, trouxe uma surpresa de 1,9% de crescimento (acima dos 1,4% esperado). Essa alta, entretanto, não foi disseminada entre os segmentos econômicos e se deveu, principalmente, à #agropecuária que cresceu expressivos 21,6% (o maior desde 1996) impulsionada pela super safra de #soja e pelo crescimento dos abates de bovinos. Entretanto, os investimentos tiveram queda significativa e o #setorindustrial se manteve estável, cenário compatível com o estágio do ciclo de juros e da política monetária restritiva. As previsões para o crescimento em 2023 começaram a ser revisadas para cima.

Na seara política, a tramitação do projeto do novo arcabouço fiscal avançou no congresso com a sua aprovação na câmara por expressiva margem de votos (372 a 108). A aprovação no #Senado também é dada como tranquila e deve ser concluída antes do recesso parlamentar.

A próxima pauta significativa da área econômica, a #ReformaTributária, começa a ser discutida na Câmara. Porém, sua tramitação será muito mais difícil e complexa pois, além de se tratar de emenda constitucional que exige quórum qualificado, mexe com interesses conflitantes entre os entes federados, bem como os de grupos econômicos com fortes lobbies e capacidade de pressão para manter suas benesses fiscais, fartamente distribuídas pelo Estado brasileiro ao longo dos anos.

A percepção de um cenário mais otimista pela frente projeta o início do processo de redução dos #jurosbásicos e, como consequência, observamos já há várias semanas seguidas a redução das taxas de juros futuras, o que é chamado de fechamento da curva de juros. Esse efeito causou forte reação no preço ativos brasileiros: O IFIX (Índice de Fundos imobiliários), muito sensível aos juros, subiu +5,1%, o Ibovespa terminou o mês com alta de +3,7% e os papéis de renda indexados à inflação e pré-fixados longos tiveram altas significativas, como por exemplo, +6,2% para as NTN-B35 (indexado) e +4,7% para a NTN-F31 (pré-fixado).

Mas o grande destaque do mês foram as ações das empresas de menor capitalização, que são mais sensíveis às taxas de juros, representadas no índice #SMALL, e que teve valorização de 12,9%. Ainda é muito cedo para sabermos se o movimento de recuperação dos preços dos #ativos brasileiros se manterá nos próximos meses, mas mostra o potencial efeito do movimento das taxas de juros no conjunto dos investimentos, principalmente quando os preços