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Nós, da ABC Consult, temos trabalhado ao longo dos anos com famílias empresárias e, em nossa experiência, há inúmeros desafios a serem superados por este tipo de organização.

De forma muito evidente, as relações familiares dentro de uma empresa são aquelas de maior relevância e poder, construtivo ou destrutivo.

Lidar com essas “dores” das famílias e apoiá-las em direção à longevidade, diversificação dos negócios e preservação das boas relações é um motivador e fonte de alegria e inspiração para nosso trabalho.

Contudo, como felizmente temos visto o mercado amadurecer e se profissionalizar, contando com escolas de negócios do porte da Fundação Dom Cabral, mas também de várias outras consultorias, de diversas espécies, que prestam um bom trabalho às famílias, novas necessidades de evolução se apresentam.

Talvez, a mais importante delas seja dar sentido à governança familiar e corporativa, fazendo com que elas se realizem na prática e que sejam um recurso à mão da família para que esta atinja seus objetivos de crescimento profissional e relacional.

Não é de hoje que a academia fala sobre a função da secretaria de governança, sendo que, mais recentemente, há sugestões até de trazer esta mesma função ao c-level.

Sem entrar em uma discussão a respeito da complexidade ou não que pode ser dada à secretaria de governança, nossa experiência demonstra que se trata, efetivamente, de um conjunto de responsabilidades e ações que, levadas ao dia-a-dia das famílias e empresas, traz efetividade à governança.

Não devemos, porém, perder a perspectiva de que a governança lida com o sistema de relações e mesmo com o processo decisório em uma organização e, neste sentido, ela deve atender, mais do que a um simples processo burocrático, à dinâmica de relações dessas mesmas pessoas.

Dizendo de outra forma, se lidamos com pessoas, deve a governança ser constituída em atenção à essas pessoas e às dinâmicas inerentes a este relacionamento.

Este é o apontamento que sempre fazemos às famílias que nos consultam: desenhar a governança de forma que se adeque ao que a própria família, seja em seu relacionamento pessoal ou profissional, perceba ser importante.

Não pode ser algo preconcebido montar um conselho de administração, um conselho consultivo ou mesmo um familiar. Isso tem que ser fruto de um processo de esclarecimento, discussão e decisão livre e esclarecida.

Feita a discussão, aí sim, apliquemos a função de secretaria de governança que terá um viés de organização e muitas vezes de cuidado com o pool de relações inerentes a uma família empresária.

Pratiquem governança! Isso faz um bem danado às famílias empresárias!

Mas não tenho dúvidas de que a “prática” só será “para valer” se (1) houver o convencimento e adesão das lideranças da família e (2) houver apoio de uma pessoa preparada para, de forma adequada, ajudar a organização nessa atividade.