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Se você sente que nos últimos tempos tem se deparado com uma enxurrada de notícias sobre CEOs deixando suas empresas, não está sozinho. De fato, 2024 se consolidou como um ano sem precedentes na dança das cadeiras nas altas posições executivas. Nos Estados Unidos, quase 2 mil CEOs deixaram seus cargos, marcando o maior índice de trocas registrado nas últimas décadas. Esse fenômeno, com um aumento de 15% em relação a 2023, levanta reflexões profundas sobre o atual cenário corporativo e os desafios da liderança contemporânea.

Fonte: The News

O principal motivo para essas saídas tem sido a renúncia, responsável por 27% dos casos. Essa tendência revela uma pressão crescente sobre os líderes para performar em um ambiente de negócios cada vez mais volátil e complexo. Além disso, a aposentadoria, que se apresenta como a justificativa para 20% das trocas, sugere um ciclo natural de renovação geracional nas corporações. Essa transição é especialmente relevante considerando os desafios enfrentados por setores específicos. O setor de saúde, que lidera as estatísticas com 11,5% das mudanças, tem lidado com transformações rápidas e exigências cada vez maiores, impulsionadas por uma pandemia global que ainda ecoa em suas operações. O setor de tecnologia, próximo com 10%, é caracterizado pela necessidade incessante de inovação e adaptação, enquanto o setor financeiro, responsável por 6% das trocas, enfrenta desafios regulatórios e de mercado que exigem um pensamento estratégico ágil.

Leia mais: https://cfeg.com/insights_research/sucessao-do-ceo-em-empresas-familiares#:~:text=A%20sucess%C3%A3o%20%C3%A9%20um%20processo%20din%C3%A2mico,-Quando%20bem%20realizada&text=%C3%89%20comum%20que%20o%20CEO,formar%20parcerias%20por%20muitos%20anos.

https://euqueroinvestir.com/economia/danca-das-cadeiras-35-das-principais-empresas-brasileiras-trocaram-de-ceo-em-2024

No Brasil, a situação não é muito diferente. A média de permanência de um CEO no cargo é de quatro anos, curiosamente o mesmo período de um mandato político. Este dado reflete a natureza cíclica das lideranças nas empresas e uma certa similaridade com os ciclos políticos nacionais, onde mudanças podem trazer novas direções e energias, mas também disrupções e incertezas. Em 2024, 35% das principais empresas brasileiras passaram por essa transição no topo, um número que não pode ser ignorado.

Leia meu artigo que fala sobre “Contratar um CEO não-familiar: benefícios e desafios para famílias empresárias.” Vale a leitura: https://somosabc.com.br/contratar-um-ceo-nao-familiar-beneficios-e-desafios-para-familias-empresarias/

O que isso nos diz sobre o papel do CEO nos dias de hoje? Primeiramente, a liderança atual exige uma adaptabilidade sem precedentes. O líder moderno deve ser capaz de navegar nas águas turbulentas do mercado, assim como nas mudanças culturais e tecnológicas que impactam diretamente a forma como fazemos negócios. Para as famílias do agro, especialmente, é essencial que os conselhos e acionistas reconheçam a importância de apoiar seus líderes, oferecendo uma combinação de cobrança por resultados e suporte estratégico. A resiliência dos executivos não deveria ser uma reflexão tardia, mas sim parte integrada à estratégia corporativa.

Assista ao vídeo, que traz o tema “Desenvolvimento de lideranças e de gerações” – uma conversa que tive com Ronaldo Behrens.  https://youtu.be/p2A1LD4b5WY?feature=shared

Por fim, a sucessão planejada se mostra mais do que nunca um elemento essencial para a continuidade e o sucesso das empresas. Para o setor agropecuário, onde tradição e inovação andam lado a lado, as substituições de CEOs não devem ser vistas meramente como uma troca de cadeiras, mas sim como uma oportunidade para revitalizar e alinhar a empresa com suas metas de longo prazo. Portanto, à medida que avançamos, tanto líderes quanto organizações precisam se adaptar às exigências de um ambiente que continua a evoluir rapidamente, abraçando a inovação e a resiliência como pilares do sucesso sustentável. Este é o momento de reavaliar, renovar e, acima de tudo, liderar com visão e coragem.

Bruno Nogueira

Sócio ABC  

MIT Sloan Fellow